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GTs aprovados

GT1 – ANTROPOLOGIA E MEIO AMBIENTE

 

COORDENAÇÃO:

FERNANDA SANTOS SANTIAGO (Especialista)

TATIANE PEREIRA MUNIZ (Doutora – Instituto Federal da Bahia)

 

As problemáticas ligadas às questões socioambientais vêm sendo aprofundadas no Brasil contemporâneo. Seja por falta de políticas efetivas que busquem garantir a preservação do meio ambiente ou por não garantir os direitos historicamente conquistados pelas populações tradicionais que ocupam esses territórios. O número de territórios impactados negativamente pela exploração por grandes empreendimentos, pela especulação imobiliária, mineração e por interesses internacionais pelos recursos naturais do país, cresce substancialmente.  Dentro dessas perspectivas, busca-se ampliar as discussões e divulgar os trabalhos que abordam temáticas como: (I) Os efeitos sociais dos projetos desenvolvimentistas; (II) As ações de enfrentamento a expropriação provocada pela exploração de terras; (III) Relatos e etnografias que evidenciam ações de preservação e educação ambiental provocadas por organizações, coletivos e grupos organizados e (IV) Análises de projetos de mitigação socioambiental desenvolvidos por instituições públicas e/ou privadas.

GT2 – ATIVISMOS E CONSTRUÇÕES COLETIVAS NAS PERIFERIAS: POSSIBILIDADES, OBJETIVOS E CONTRADIÇÕES

 

COORDENAÇÃO:

NICOLAU MUSA (Mestrando – PPGS / Universidade Federal de São Carlos - UFSCar)

O objetivo deste grupo de trabalho é reunir propostas que nos permitam refletir sobre as diversas formas e possibilidades de ativismos nas periferias do Brasil, assim como entender as contradições inerentes a estes processos e aos sujeitos que os praticam. Dentro do atual contexto, a supressão de algumas possibilidades políticas e a baixa perspectiva de integração para alguns setores periféricos fez emergir, como possibilidade de existência e de alcance de objetivos diversos, o fenômeno do "nóis por nóis": a busca pela autonomia e a baixa expectativa de apoio por parte das instituições. Ao mesmo tempo há a inserção do mercado, a aparição de organizações não governamentais e de editais e programas estatais dentro dessa lógica. A autonomia se depara com a necessidade de apoios materiais e concretos. Exponencialmente aparecem coletivos artísticos, jornalísticos, gastronômicos, esportivos, empreendedores, entre tantos outros, com objetivos múltiplos e coexistentes, que vão desde ganhos econômicos individuais, até transformações sistemáticas e perenes para as quebradas e para a sociedade como um todo. Dentro do processo, aparecem construções coletivas que adentram o mercado e as grande mídias - assim como fazem individualmente algumas figuras expoentes fenômeno.

Mais do que valorar e criticar essas atuações, o GT possui o objetivo de alargar e aprofundar o conhecimento sociológico - mas também interdisciplinar - acerca de como as classes populares se movimentam atualmente. Como surgem esses coletivos? Como atuam? Quais são os discursos - de origem interna ou externa às periferias - acerca destes ativismos e/ou suas contradições? Como as Ciências Sociais enxergam o fenômeno?  Essas são algumas questões norteadoras para o caráter dos trabalhos esperados para a discussão. São esperados trabalhos que enfatizem a dimensão empírica, que apresentem coletivos e partem do processo indutivo para realizar a análise. Entretanto também serão bem-vindos trabalhos teóricos sobre o tema, assim como análises "exteriores", detidas mais à atuação e à perspectiva do mercado e das grandes mídias, por exemplo.

GT3 – AUDIOVISUAL E MEMÓRIA - POSSÍVEIS FORMAS DE BUSCAR, RESGATAR E EXPOR O LEMBRAR

 

COORDENAÇÃO:

MARIA CLARA RODRIGUES ARBEX (Mestranda – PPG-IELA / Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA)

 

O objetivo do Grupo de Trabalho proposto é discutir as possíveis formas que o audiovisual pode ser usado para buscar, expor e/ou resgatar uma memória. Nesse sentido, pretendemos reunir trabalhos que analisem distintas obras audiovisuais (filmes, séries, exposições, performances, vídeos, entre outros) que se proponham a investigar e refletir sobre a memória e o processo do lembrar; análises que podem se concentrar, por exemplo, nos aspectos visuais, sonoros ou narrativos das obras. A nível de exemplificação, é importante ressaltar os diferentes modos que essas obras podem se relacionar com a memória: de uma maneira mais subjetiva, experimental ou realista. O campo de estudos sobre a memória tem se expandido consideravelmente nos últimos tempos. Seligmann-Silva (2003, p. 73) considera que, na última década, aconteceu no meio das ciências humanas uma “virada culturalista” em que “a memória passou a ocupar um lugar de destaque” e a historiografia se abriu “à influência dos discursos da memória” (2003, p. 74), como pode se observar com a utilização de imagens ou da história oral como possíveis fontes de pesquisa. É um campo que também se configura como um lugar de disputas. Michael Pollak (1989, p. 5) observa a relação desigual entre o que ele chama de memória coletiva “oficial” e “memórias subterrâneas”; conflito que diz respeito às "relações entre grupos minoritários e sociedade englobante”. As memórias subterrâneas são essas outras memórias, que se criam e prosseguem seu trabalho de desobediência pelas margens e são transmitidas pelo meio “familiar, em associações, em redes de sociabilidade afetiva e/ou política” (POLLAK, 1989, p. 8). O mesmo autor (1989, p.11) ainda aponta o papel privilegiado do cinema como meio para captar lembranças, observando seu papel na “formação”, “reorganização” e “enquadramento da memória”; para Pollak, o filme (e poderíamos dizer, por extensão, o audiovisual), “se dirige não apenas às capacidades cognitivas, mas capta as emoções”. Percebendo as obras audiovisuais como objetos culturais que não esvaziam todos seus possíveis sentidos de interpretação dentro de si, as discussões propostas pelo GT vão possibilitar reflexões que vão para além do campo artístico. Analisar e atualizar discussões sobre o passado a partir do olhar do agora, também pode proporcionar diferentes perspectivas que abrem novos caminhos de interpretação e novas formas de discussão sobre o passado.

GT4 – CIDADES, ESPAÇO PÚBLICO E MOBILIDADES

 

COORDENAÇÃO:

GUSTAVO SILVA DE MATTOS (Doutorando – PPGS / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

BRENDA MAIA (Mestranda – PPGS / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

ROBERTA NUNES (Mestranda – PPGS / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

Este GT propõe reunir uma discussão em torno  da sociologia urbana. Buscamos uma discussão englobando a temática urbana no que diz respeito à relação entre processos espaciais e sociais que configuram suas formas e seus diferentes usos. A proposta é convocar trabalhos que tratem a cidade tanto de forma teórica quanto empírica; pesquisas que envolvam a espacialidade da cidade como um elemento-chave; análises da mobilidade urbana, deslocamentos na cidade; percepção do espaço urbano por diferentes grupos sociais; a relação entre cidade e movimentos sociais tanto em termos de pautas de mobilização quanto repertórios espaciais; usos do espaço público; políticas urbanas; segregação urbana e pobreza; sociabilidade nos espaços públicos, formação de identidades urbanas; urbanismo crítico e economia política urbana.

 

 

GT5 – CORPOS EM TRÂNSITO: MIGRAÇÃO, GÊNERO E DIREITOS HUMANOS.

 

COORDENAÇÃO:

STEPHANY D. PEREIRA MENCATO (Doutoranda – PPGCP / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

TAINARA PAULON PROTÁSIO (Mestra – Universidade de Limerick e ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa)

Casos de estupro, exploração sexual, feminicídios, infanticídios e uso de mulheres e crianças para tráfico de pessoas são marcadores comuns ao pensarmos os corpos em trânsito, nos movimentos de migração. No dia 27/06/2022 um caminhão abandonado na cidade de San Antonio no Texas leva as autoridades de imigração dos EUA a encontrarem 53 imigrantes na maioria do México, Honduras e Guatemala mortos por hipertermia e desidratação aguda. Em junho de 2022 doze imigrantes venezuelanos viram notícia no Brasil ao fugirem de trabalho escravo em fazenda no interior de São Paulo. Em julho de 2022 o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) condena a Grécia pelo naufrágio de um navio no Mar Egeu, em 2014, que causou a morte de 11 dos 27 migrantes que transportava. Com a guerra da Ucrânia já passa de 2 milhões e meio o número de refugiados que deixaram o país, na sua maioria mulheres e crianças, estas, segundo as autoridades europeias, correm alto risco de serem vítimas de abuso sexual e tráfico humano. No Brasil estima-se que a cada hora 4 crianças e adolescentes sofrem violência sexual, sendo que a cada 24 horas 320 crianças e adolescentes são exploradas sexualmente, dados subestimados, pois apenas 7 de cada 100 casos são denunciados, observa-se ainda que 75% das vítimas são meninas, e em sua maioria, negras.
Rita Segato em sua obra “la guerra contra las mujeres” aborda as formas como corpos feminilizados são expostos diferencialmente à violência, e como essa violência é política, estrutural da modernidade colonial e não moral individualizada. Judith Butler em “a força da não violência” nos aponta como as operações de poder com seus esquemas racistas persistentemente criam distinções entre vidas que valem mais e menos, vidas mais e menos enlutáveis, vidas assinaladas com maior ou menor ênfase como vidas, com maior, menor ou nenhum direito ao luto, se faz assim necessário o debate sobre os direitos humanos, gênero e migrações.

Num sistema globalizado onde o deslocamento, para muitos, se faz o único modo de sobrevivência ante violências e escassez de recursos e oportunidades, discutir as migrações com uma perspectiva de gênero e direitos humanos é uma necessidade urgente. No Relatório de Tráfico de Pessoas do Departamento de Estado dos EUA, publicado em julho de 2022, o Brasil continua descumprindo o estândar mínimo para a eliminação do tráfico de pessoas (TIP-Report, 2022), perpetuando uma série de vulnerações de direitos e violências de gênero que colocam em risco a vida e o bem-estar de milhares de mulheres e crianças.

 

Caráter dos trabalhos que se espera reunir para a discussão:

● Que debatam diferentes abordagens dos Direitos Humanos por meio de perspectivas
de gênero e migração;
● Com temas interseccionais e transversais das mais diversas áreas do conhecimento,
que reflitam as diferentes questões que envolvem os corpos em movimento e o direito
à migração e ao luto;
● Voltados ao debate sobre “violência” como ato e discurso, termo instável e sujeito à
reflexão crítica;
● Aqueles que refletem as diferentes instituições e atuações estatais na consolidação dos
Direitos Humanos, especialmente nos debates interseccionais de gênero, sexualidade,
raça e classe.
● Que discutam e reflitam a realidade do tráfico de pessoas no Brasil e no mundo,
buscando uma melhor compreensão do fenômeno e suas múltiplas nuances.

 

 

GT6 – ENSINO DE SOCIOLOGIA, DESIGUALDADES E JUVENTUDES

 

COORDENAÇÃO:

NAYARA DE AMORIM SALGADO (Doutoranda PPGS / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

MARCOS ANTONIO SILVA (Doutorando – FAE / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

Objetivamos reunir trabalhos sobre as temáticas do ensino de Sociologia, desigualdades de ensino, desigualdades espaciais e as diferentes juventudes assim como projetos relativos a temática, de forma a gerar um debate sobre pesquisas e práticas educacionais cotidianas e a importância de analisar tais práticas sociologicamente.

 

 

GT7 – FAMÍLIA JUDICIAL & O CAMPO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL DE CONFLITOS: SUAS INSTITUIÇÕES E SEUS ATORES.

 

COORDENAÇÃO:

ISABELA CRISTINA ALVES DE ARAÚJO (Doutoranda – Universidade Federal de São Carlos - UFSCar)

ISABELLA SILVA MATOSINHOS (Mestranda – Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

LUIZ FERNANDO FERREIRA PAZ (Graduando – Universidade Federal do Paraná - UFPR)

TIAGO SARAIVA LIMA (Graduando – Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

ROBSON ALFREDO (Graduando – Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

 

A Constituição de 1988 colocou em evidência o protagonismo de atores judiciais, quer sob o ponto de vista de sua atuação na cena política brasileira, quer sob a ótica de sua atuação institucional. Um dos assuntos que recorrentemente aparece junto com o tema da centralidade judicial, é o controle do crime e como a atuação dos operadores do Sistema de Justiça impacta o processamento dos delitos. Nesse sentido, nas últimas décadas o campo de estudos sobre administração da justiça cresceu e direta ou indiretamente os debates em torno dessa área também se tornaram mais comuns - em notícias jornalísticas, pautas políticas e no meio acadêmico. Isso porque as transformações recentes que vêm chamando a atenção das/os pesquisadoras/es e instigando novas reflexões e possibilidades teórico-analítico. Nos últimos anos, acompanhamos o discurso punitivista ancorado na militarização da segurança pública ganhar força e se tornar a principal política de controle do crime. Vimos também os impactos disso no Poder Judiciário, com decisões judiciais cada vez mais voltadas para o encarceramento e para restrição de direitos. E como em uma equação em completa harmonia, um sistema prisional com taxas de aprisionamento como nunca visto antes. Soma-se a isso a seletividade desse sistema, que desde o momento da abordagem policial tem um perfil padrão de suspeitos e presos determinado: jovens, negros, periféricos.

No que tange à Polícia, acolheremos trabalhos que analisem as formas de policiamento, os saberes policiais, os debates sobre a abordagem, seletividade e letalidade policial e a sua vitimização. Em relação ao sistema de Justiça, buscamos trabalhos que tratem das decisões judiciais e de como elas são tomadas, buscando compreender como os operadores do sistema de justiça criminal (especialmente juízes, promotores e defensores) promovem o fazer judicial por meio das relações extralegais constituídas a partir do convívio com os pares e com as polícias. Tais como, atuação coincidente entre defensoria e promotoria públicas para decisões judiciais proferidas nos tribunais; relações cooperativas entre atores judiciais para maximização das prioridades administrativas e burocráticas da justiça criminal na forma de uma linha de montagem; ideologias e trajetórias profissionais de magistrados, promotores e defensores. Também nos interessamos por estudos envolvendo questões de gênero e de raça são tratados e representados perante a justiça.

Por fim, considerando o Sistema Prisional, esperamos pesquisas que discutam a privação de liberdade de jovens e de adultos e que versem sobre o cotidiano e as dinâmicas prisionais, o perfil e marcadores sociais da população carcerária e os saberes dos policiais penais e seu ofício. Acreditamos que entender o funcionamento da Polícia, da Justiça e do Sistema Prisional e, mais do que isso, as interseções e interações entre essas instituições e seus atores é fundamental para uma compreensão da segurança pública que considere as nuances e a complexidade do tema. De maneira geral, nos interessamos por debates sobre processos de criminalização, seletividade penal, relações cooperativas entre atores judiciais, relação entre polícias e atores judiciais na administração de conflitos criminais articulando as esferas aqui apresentadas.

GT8 – JUVENTUDES E(M) MOVIMENTOS

 

COORDENAÇÃO:

FREDERICO ALVES LOPES (Mestre – Universidade do Estado de Minas Gerais- UEMG)

JOÃO PAULO MARIANO DOMINGUES (Doutorando – FAE / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

 

O presente GT objetiva um diálogo entre dois campos de estudos sociais: ações coletivas juvenis e movimentos sociais. A associação entre juventude e movimentos sociais vem ganhando notoriedade na área sociológica - sobretudo a partir da década de 1990 - com ampla mobilização e participação de jovens em diversos grupos e coletivos, em práticas sociais, políticas e culturais.

Juventudes - no plural como defende Juarez Dayrell - mais do que uma faixa etária, é uma categoria construída social e historicamente. Longe de ser somente uma faixa etária, as juventudes são diversas, apresentando diferentes modos de vivenciar a condição juvenil. Em sua heterogeneidade, os/as jovens produzem modos específicos de experienciar essa fase da vida, bem como de apropriar dos diferentes territórios. Deste modo, os aspectos sociais, econômicos, de classe, raça, de gênero, de orientação do desejo repercutem nas possibilidades e/ou limites para a vivência da juventude.

Nesse contexto, é possível perceber ao longo da história, como aponta Maria Gonh, que os jovens têm participado ativamente de manifestações sociais, políticas e culturais através de ações coletivas e práticas de resistência, demonstrando ampla mobilização política, muito além dos estereótipos assinalados atualmente.

No Brasil – apesar do senso comum apontar o contrário - os jovens têm se destacado na proposição e participação de manifestações por mudanças da realidade social. Contemporaneamente, além dos grandes marcos recentes, como as “jornadas de junho” e o movimento “caras pintadas”, diversos grupos atuam de forma organizada contra uma ordem social imposta por uma sociabilidade do capital. Pode-se citar as ocupações de escolas e universidades (2015 e 2016), bem como a atuação nos movimentos Negro, LGBTQI+, de Mulheres, do Campo, Indígenas, como também em Partidos Políticos e coletivos culturais. Ou seja, ontologicamente, ser jovem é estar em movimento.

Dito isso, pretende-se acolher para o debate trabalhos que entre outros temas, tratem da:

- Problemática juvenil;

- Protagonismo jovem em Movimentos Sociais;

- Participação política das juventudes;

- Ações coletivas juvenis;

- Movimentos culturais, políticos, econômicos, educativos e sociais organizados por jovens;

- Em suma, trabalhos que abordem as Juventudes e(m) Movimentos.

GT9 – LÍNGUA E LINGUAGEM NA PESQUISA SOCIOLÓGICA

 

COORDENAÇÃO:

JOSÉ DE SOUZA MUNIZ JR (Pós-doutor – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG)

JOÃO IVO DUARTE GUIMARÃES (Doutor – Universidade de São Paulo - USP)

Este GT pretende fomentar discussões sobre as relações entre a Sociologia e os Estudos da Linguagem a partir de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas. Tal cruzamento se justifica por três fatores: (1) Embora pertençam a diferentes áreas do conhecimento na atual organização do sistema brasileiro de Ciência e Tecnologia, trata-se de domínios cujas histórias estiveram frequentemente entrelaçadas, exercendo influências recíprocas e disputando visões sobre o mundo social. (2) Em ambos os domínios disciplinares, a linguagem como prática social aparece como noção fundamental para a compreensão de fenômenos que interessam não apenas a sociólogos, linguistas e estudiosos da literatura, mas também a antropólogos, educadores, comunicólogos etc. (3) O uso frequente de fontes e corpora linguísticos (entrevistas, questionários, grupos focais, arquivos e acervos, obras artísticas etc.) na Sociologia exige dos pesquisadores uma postura reflexiva sobre a coleta, o tratamento e a análise desses materiais, o que implica o contato com concepções teóricas específicas sobre a língua e a linguagem.

Por isso, este GT pretende reunir pesquisadores interessados em discutir as seguintes temáticas, aplicadas a suas próprias pesquisas:

 

1. Tratamento qualitativo e quantitativo de dados de linguagem na pesquisa sociológica.

2.Matrizes sociológicas dos Estudos Linguísticos e dos Estudos Literários.

3. O papel da linguagem e os conceitos de linguagem nas teorias sociológicas clássicas e contemporâneas (marxismo, sociologia do conhecimento, interacionismo simbólico etc.).

4. Interfaces entre linguagem e sociedade no trabalho de Meillet, Blumer, Goffman, Labov, Bakhtin, Elias, Williams, Bourdieu, Becker, Candido e outros teóricos.

5. Interfaces entre a Sociologia e subdisciplinas interessadas na análise de corpora de linguagem verbal (Análise do Discurso, Análise de Conteúdo, Pragmática e Análise da Conversação, Sociolinguística, Estudos Literários, Terminologia, Lexicologia etc.).

6. O papel da linguagem na estruturação das experiências de socialização e de exercício do poder em diferentes domínios da vida social (religião, trabalho, família, educação, cultura, política etc.).

7. Formas expressivas como fator de identidade e pertencimento a grupos, comunidades, instituições e movimentos sociais: vocabulários especializados, jargões, argots, convenções simbólicas, subversões sintáticas etc.

8. O estudo de práticas e políticas linguísticas em perspectiva sociológica: o papel das línguas nos processos de formação do Estado e da Nação, nas questões migratórias, nos conflitos interétnicos, nas disputas territoriais etc.

9. Perspectivas sociológicas sobre literatura, música, teatro e outras formas de expressão artística verbal.

GT10 – OS DILEMAS DA JUSTIÇA CRIMINAL: ENCARCERAMENTO, PUNIÇÃO E CONTROLE NO ESPAÇO URBANO EM DEBATE

 

COORDENAÇÃO:

DANIEL AZEVEDO (Doutorando – PPGS / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

NAYARA DE AMORIM SALGADO (Doutoranda – PPGS / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

Este GT busca discutir temas relacionados ao encarceramento, punição e controle no espaço urbano transversalmente às diferentes dimensões da vida em sociedade. Pesquisas sobre práticas estruturantes no que diz respeito à ordem social, autoridade, controle, e controle no espaço urbano serão aceitos. Nesse sentido, balanços teóricos e metodológicos, pesquisas empíricas, estudos sobre instituições de confinamento, sobre as tendências da punição na atualidade assim como questões relativas ao controle ou suas tentativas no espaço público compõem a proposta de GT.

GT11 – “QUESTÃO SOCIAL”, LUTA DE CLASSES E DOMINAÇÃO BURGUESA NO BRASIL.

 

COORDENAÇÃO:

MARIO MIRANDA ANTONIO JUNIOR (Doutorando – Universidade Federal do ABC - UFABC)

LEONARDO SARTORETTO (Doutor – Universidade Estadual Paulista - Unesp)

Considerando que o processo de formação das classes e grupos sociais que compõe o capitalismo brasileiro atende a uma particularidade que se distancia bastante dos casos clássicos europeus ou norte-americano, sem, contudo, deixar de se articular a eles intimamente, mas também dos próprios caminhos dos nossos vizinhos sulamericanos, que conosco partilham a origem colonizadora ibérica, a proposta tem como mote central abrir um diálogo com os principais teóricos do pensamento político e social brasileiro para refletir sobre as formas de dominação burguesa que atravessam a nossa história. Buscaremos aplicar especial enfoque sobre a “questão social”, designação mais formal com que se costumam nomear os problemas surgidos em nosso processo histórico, decorrentes do capitalismo desde a sua fase mercantil e colonial, mas também sobre a luta de classes, conceituação mais precisa do mesmo fenômeno. Ao lembrarmos que há um relativo consenso nas análises em utilizar-se dos conceitos e categorias como “modernização conservadora”, “autocracia burguesa”; articulação constante de “setores arcaicos” e “modernos”, nas bases do “capitalismo tardio e periférico”, intensificando-se a “reprodução ampliada”, a “dualidade”, a “via prussiana” e “dependência” sempre mantida. As “transições pelo alto”, conforme a chamada “oposição consentida”, típicas do “padrão de domínio oligárquico” e da “ordem senhorial-estamental-escravocrata”, do “patrimonialismo” e “patriarcalismo”, conforme a “situação colonial” constantemente reposta, este Grupo de Trabalho pretende refletir sobre a especificidade da formação socioeconômica brasileira, as formas de dominação que nela se estabeleceram, processos de resistência que aí foram erguidos, repressões reiteradas e os intelectuais e obras que acerca dessa vasta riqueza histórica se debruçaram, procurando captar qual seria a natureza da realidade brasileira – o porquê de sermos assim e não de outra forma. Assim, diante da atual conjuntura em que o autoritarismo sempre perene em nossa sociedade ora se avulta, ameaçando a nossa frágil e incipiente democracia, entendemos que se trata de relevante debate para o ambiente acadêmico e a sociedade, esperando trabalhos que nos ajudem a refletir e resistir.

 

 

GT12 – RELIGIÃO E SUAS MACRO E MICRO RELAÇÕES NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO.

 

COORDENAÇÃO:

PAULINA VALAMIEL (Doutoranda – PPGS / Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)

MANUELA LOWENTHAL FERREIRA (Doutoranda – Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP)

GEORGE JEOVANHOLI PARADELA (Mestre – Universidade Metodista de São Paulo - UMESP)

VINÍCIUS FELIPE GOMES (Mestrando – Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP)

De acordo com Gustavo Morello (2019), as religiões e as experiências religiosas afetam as formas como as pessoas se relacionam com os outros, bem como suas escolhas emocionais, pessoais, políticas ou sociais” (p. 399). Dessa maneira, o estudo sociológico sobre as religiões é importante para a compreensão da agência dos sujeitos, dos fenômenos sociais e suas repercussões em nosso tempo.
No contexto Latino Americano, as interpretações sobre o paradigma da secularização enquanto uma disjunção entre religião e Estado assumem diferentes contornos, fazendo um furo no racionalismo iluminista ao expor as defasagens de generalizações teóricas realizadas a partir do ocidente.
No Brasil assim como em outros países latinoamericanos, religião e cotidiano (no aspecto público e privado) estão intrinsecamente ligados.
Dessa forma, o objetivo deste GT é reunir trabalhos que tenham um duplo eixo aglutinador:


 

I. a religião em seu diálogo com temáticas do espaço público, como: modernidade, política, classe, ambientalismo, contra-coloniedade, globalização, estudos feministas, raça e gênero. 

II. a religião em seu diálogo com temáticas do espaço privado ou do coletivo religioso como: pluralismo religioso, desinstitucionalização religiosa, saúde, enbodiment, manifestações do sagrado e trânsito religioso no âmbito da América Latina.

 

GT13 – UM PENSAMENTO PARA O FUTURO: INSURGÊNCIAS, DEVIRES E NOVOS MUNDOS

 

COORDENAÇÃO:

INDIRA CORBAN (Doutoranda – Universidade Federal de Pernambuco - UFPE)

RAFAEL LINS (Mestre – Universidade Federal de Pernambuco - UFPE)

A proposta do GT é reunir trabalhos que para além dos diagnósticos de época que apontam para uma atmosfera sombria e pessimista, discutam linhas de criação a partir de teorias e experiências práticas de alargamento do repertório de leitura do mundo e de possibilidades de futuro artificialmente diminuídos pelo sistema colonial e capitalista. Desse modo, a proposta é firmar uma reflexão sobre devires, brechas e fissuras na colonialidade, ampliação das narrativas e das práticas insurgentes a partir de formatos diversos: relatos de experiência, trabalhos teóricos e provocações reflexivas etc.

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